Abrindo a tarde da programação, o SENGE trouxe um time de especialistas para discutir sobre o papel das energias renováveis na expansão da geração ou no novo modelo do setor elétrico. A primeira palestra, energias renováveis no novo modelo do setor elétrico, foi ministrada pelo Dr. Arno Krenziger, chefe do Laboratório de Energia Solar da UFRGS, pelo Dr. Júlio César Passos, professor titular da Universidade de Santa Catarina (UFSC) e Clóvis Reichert, gerente de operações do Instituto SENAI de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia (IST PGE). O painel foi mediado pelo engenheiro Reinaldo Custódio.
Dr. Krenzinger iniciou a apresentação falando sobre seu trabalho à frente do laboratório de energia solar da UFRGS e das atividades desenvolvidas pelo laboratório. Bacharel em Física, mestre em Engenharia, doutor pela Escuela Técnica Superior de Ingenieros de Telecomunicación – Universidad Politécnica de Madrid (1987) com pós-doutorado pelo Centro de Investigaciones Energéticas Medioambientales y Tecnológicas, CIEMAT – Espanha (1993), Krenzinger é professor titular da UFRGS e editor da Revista Brasileira de Energia Solar.
Durante sua palestra, falou sobre sua experiência na área de energia solar, tanto em aplicações térmicas quanto fotovoltaicas, e suas pesquisas voltadas a materiais para conversão de energia solar, radiação solar, energia solar fotovoltaica, energia solar térmica, componentes de sistemas fotovoltaicos, simulação computacional aplicada à energia solar e instrumentação para energia solar.
Para Krenzinger, o melhro caminho para a implantação de sistemas fotovoltaicos é conecta-los à rede. “O módulo fotovoltaico produz corrente contínua, e necessita de um inversor, um equipamento que permite conectar à rede”, ensina.
Com a resolução normativa n 482, em abril de 2012, a regra de compensação foi introduzida, mas foi com as mudanças em 2016 que a flexibilização das regras facilitou esse processo. “A partir daí, além de produzir energia na minha casa, eu passei a poder produzir energia outros estabelecimentos sob o mesmo CPF e receber a compensação ser feita em endereços diferentes, com geração compartilhada”, falou.
O engenheiro falou ainda sobre o potencial da energia solar no Brasil e no RS, com a apresentação de dados, infográficos e estudos. Um dos questionamentos feitos em seus estudos é em relação à energia produzida na cidade – seriam os telhados suficientes para gerar a energia demandada? A resposta, disse, é sim. “Um estudo feito mostra que nas cidades o telhado das casas, mesmo considerando apenas 30 % de áreas úteis, teria uma produção de energia superior à consumida pelas casas”.
O evento prosseguiu com a participação do Dr. Júlio César Passos, engenheiro mecânico, mestre em engenharia mecânica, com trabalho na área de energia eólica-aerodinâmica de rotores Darrieus, e doutor pela Universidade Paris VI (Pierre et Marie Curie), com tese na área de transferência de calor com mudança de fase-ebulição convectiva. Em sua apresentação, também destacou o crescimento da produção de energia eólica em todo o mundo e que, no Brasil, somente nos últimos 5 anos, chega a quase 3 gigawatt. O desafio que reflete na a previsão de geração de energia eólica é que, por apresentar alta variabilidade, dificulta sua integração no sistema de energia.
Apresentou em seguida pesquisas que têm sido desenvolvidas na área e explicou sobre tecnologias que podem oferecer novas soluções para o setor, somo a Geração Direta de Vapor (DSG): “Estou convicto de que esse tende a ser um bom caminho, já foi testado com sucesso em outros países da Europa e apresenta muitas vantagens em relação ao óleo que tem possibilidade de contaminação se houve vazamento. Além disso, usando o vapor direto não são necessários trocador de calor intermediário”, explicou.
O painel prosseguiu com a palestra de Clóvis Reichert, gerente de operações do Instituto SENAI de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia (IST PGE). Na sua apresentação, destacou ações para o desenvolvimento do setor do biogás e biometano no contexto das energias renováveis, e a necessidade de aproveitar a capacidade dessa fonte de energia. O potencial brasileiro de produção de biogás é de 52 bilhões de metros cúbicos/ano, mais que a importação anual de gás natural bovino, com capacidade de suprir até 24% da demanda de energia elétrica no Brasil.
Para Reichert, é necessário tomar medidas para o desenvolvimento do biogás, no Brasil. A divulgação dessa tecnologia através de fóruns e seminários, disse, é um dos caminhos importantes. “ Aqui nesse evento do painéis da engenharia, é um momento muito valioso para disseminação dessas informações. Nosso objetivo é agregar esforços, e para isso é muito importante a participação dos engenheiros e de entidades como o SENGE. Para que a gente possa desenvolver uma forma consolidada de uma cadeia industrial, que vai permitir a geração de energia de forma segura e sem prejuízos ao ambiente”, frisou.
Energia solar fotovoltaica, com foco em pesquisa e formação de recursos humanos, foi a palestra final da 12ª edição dos Painéis da Engenharia, ministrada pelo professor Adriano Moehlecke (PUCRS). A mediação foi do professor Tiago Cassol Severo (UCS).
O professor Adriano apresentou um histórico sobre os primeiros sistemas experimentais no Brasil e as primeiras empresas que atuaram no ramo da energia fotovoltaica desde os anos 70. Os primeiros grupos de pesquisa foram o Laboratório de Microeletrônica e Células Solares (IME, RJ) em 1971.
Em 2011, o grupo de pesquisa da PUCRS realizou um plano de negócio para uma planta de 30 MW, com tecnologia própria e apoio da CEEE e da FINEP. O mercado brasileiro ainda era pequeno e não havia fontes de financiamento de capital de risco para este negócio. Em nível mundial, a China reduziu em 30% o preço de venda em seis meses, quebrando empresas europeias.
Sobre a formação de Recursos Humanos no segmento de pesquisa, desde 1979 formaram-se 209 mestres e 104 doutores, ainda que o setor fotovoltaico não estivesse na preferência dos pesquisadores brasileiros.
Ao longo dos anos a geração fotovoltaica vem conquistando um crescimento significativo de potência instalada, no entanto ainda enfrenta muitos desafios para a consolidação de uma cadeia de valor. Isso porque estava previsto um crescimento de mercado ainda maior do que realmente aconteceu. Frente a isso, o professor aponta a necessidade das universidades, associações e governos se reunirem visando pensar no futuro a longo prazo e em formas de inserira indústria e a mão-de-obra nacional neste processo de consolidação, bem como o desenvolvido de pesquisas, novas tecnologias, novos processos e modelos. Nesse âmbito, o professor Adriano não exclui a participação de indústrias e produtos internacionais, que podem representar uma importante fonte de recursos para a implementação de tecnologias nacionais e incentivo à cadeia de produção brasileira.
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