Presidente José Luiz Azambuja envia saudação aos colegas, entidades e lideranças do setor e reproduz o conteúdo em artigo de opinião publicado na edição de 13 de outubro do Jornal do Comércio.

Mensagem aos colegas

O papel do Engenheiro Agrônomo

É possível afirmar sem pecar pelo exagero que neste 12 de outubro nada menos do que toda a Sociedade Gaúcha rende homenagens pela passagem do Dia do Engenheiro Agrônomo, comemorado nesta data. Isso porque o trabalho desenvolvido por estes valorosos profissionais desde o ensino e pesquisa, etapas decisivas para a produção de alimentos, tem sido fundamental na obtenção de expressivos índices de produtividade e qualidade, que tornam a agricultura uma das principais atividades econômicas do nosso Estado. Este trabalho tem ainda uma forte repercussão social já que contribui de maneira decisiva para a fixação das famílias no campo, permitindo ainda uma melhor distribuição de renda e riquezas.

Em paralelo ao seu gigantesco significado, a profissão, no entanto, enfrenta um processo depreciativo injustificado, que a mantém há mais de um século apenas como a “profissão do futuro”. Mesmo diante da excelência na formação e qualificação dos quadros técnicos, e dos milhares de exemplos de sucesso no âmbito empresarial, no setor público e na agricultura familiar, as chamadas forças do mercado precisam conhecer e investir ainda mais nas potencialidades oferecidas pelo trabalho do Engenheiro Agrônomo. Tanto nas áreas relacionadas ao ensino e pesquisa, quanto na propagação de tecnologias apropriadas, na comercialização, na extensão rural, entre outras, percebe-se uma tendência ao esvaziamento, ao sub-aproveitamento, e acima de tudo, a perda de oportunidades.

Existe uma relação absolutamente desproporcional entre a colossal dimensão da agricultura brasileira e a valorização dos Engenheiros Agrônomos nas diversas etapas do processo produtivo. Isso precisa ser imediatamente revertido para que os benefícios decorrentes de uma nova postura alcancem toda a sociedade, ampliando a produção tecnicamente assistida, buscando qualidade e sustentabilidade, com equilíbrio ambiental, e evitando o desperdício dos investimentos em crédito rural para os produtores desassistidos.

Na esfera pública, histórica provedora de políticas de intervenções diretas no setor, em que o Estado ocupa espaços nem sempre apetitosos à iniciativa privada, a situação é mais preocupante. O quadro de Engenheiros Agrônomos da EMATER, por exemplo, precisa ser imediatamente recomposto e ampliado, já que a situação, após as demissões ocorridas em 2007, vem comprometendo tanto o desempenho da empresa quanto os resultados dos pequenos e médios agricultores, levando de roldão o ânimo e a empolgação dos profissionais remanescentes, que amam seu trabalho e a ele se dedicam.

Tem sido freqüente a política de asfixia orçamentária e de desestímulo às carreiras técnicas imposta à EMATER, às Fundações Públicas Estaduais e na esfera dos municípios através de iniciativas e/ou omissões de seus gestores. Aliás, é bom lembrar que a recomposição do quadro de Engenheiros Agrônomos da EMATER esteve presente nos compromissos e promessas do então candidato Tarso Genro, e que se for implementada pelo Governador Eleito, poderá significar a retomada com qualidade desta importante política pública, numa unidade da Federação onde a agricultura assume enorme relevância.

Neste momento de consolidação e definitiva afirmação da jovem e já consistente Democracia Brasileira, quando elegemos nossos governantes e legisladores de forma madura e responsável, renova-se a esperança por um revigorado e brilhante futuro para a Agronomia, seus profissionais Engenheiros Agrônomos e a todos que se beneficiam do seu trabalho e conhecimento especializado.

José Luiz Azambuja
Diretor-Presidente