O ano de 2025 consolidou o SENGE-RS como um ator técnico e institucional relevante em um contexto marcado por disputas concretas em torno do papel da Engenharia na sociedade. Mais do que responder a agendas pontuais, o Sindicato atuou em debates que evidenciaram tensões estruturais: a fragilização de critérios técnicos, a pressão por flexibilizações normativas, as transformações no mundo do trabalho e os desafios persistentes da formação profissional.
Nesse cenário, a atuação do SENGE-RS ao longo do ano revelou um eixo comum: a defesa da Engenharia como atividade essencial ao interesse público, à segurança da sociedade e à qualidade das políticas públicas.
A partir desse eixo, há tópicos que se destacam: responsabilidade técnica, meio ambiente, formação profissional, trabalho, inovação e atuação institucional. São temas que estruturam a visão macro do que foi o ano de 2025 para o SENGE-RS e, principalmente, quais foram as grandes pautas que marcaram o ano da Engenharia gaúcha. Confira:
A centralidade da responsabilidade técnica em 2025 não foi circunstancial. Logo em janeiro, ao sediar a coletiva de imprensa sobre a denúncia de violação dos direitos das famílias e sobreviventes da tragédia da Boate Kiss, o SENGE-RS recolocou no debate público uma questão que atravessa toda a profissão: as consequências reais da negligência técnica e da flexibilização de responsabilidades.
Ao longo do ano, esse eixo reapareceu em diferentes frentes. O posicionamento do Sindicato contra a nomeação de profissionais não habilitados para cargos técnicos explicitou um problema recorrente na gestão pública e privada: a substituição de critérios técnicos por decisões administrativas de curto prazo. Da mesma forma, o debate sobre o projeto de norma técnica para saídas de emergência, realizado na sede do SENGE-RS, expôs os riscos de alterações normativas dissociadas da experiência técnica acumulada.
Essas ações apontaram para uma leitura clara que atravessou 2025: a técnica não é um obstáculo à gestão, mas um limite necessário para a proteção da vida.
A presença do SENGE-RS nos debates ambientais em 2025 refletiu uma mudança de foco: menos respostas emergenciais e mais discussão sobre governança, planejamento e decisão técnica de longo prazo. A participação em instâncias como o Comitê do Lago Guaíba, o lançamento do Mapa das Bacias Hidrográficas do RS e os debates sobre outorga do uso de recursos hídricos evidenciaram a centralidade da Engenharia na gestão territorial e ambiental.
Ao discutir agricultura no contexto das mudanças climáticas durante a Expointer e integrar espaços como o Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa, o SENGE-RS atuou em um ponto sensível do debate público: a conciliação entre desenvolvimento econômico, uso do solo e preservação ambiental.
A nomeação do Sindicato para o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Porto Alegre reforçou esse papel, indicando que a Engenharia segue sendo chamada a ocupar espaços onde decisões técnicas têm impacto direto sobre políticas públicas e a vida urbana.
Em 2025, a dimensão sindical da atuação do SENGE-RS esteve diretamente conectada às transformações no mundo do trabalho. O seminário internacional promovido pelo Sindicato, com a participação de representantes do Brasil e da Espanha, trouxe para o centro do debate comparações concretas entre modelos de organização sindical e políticas trabalhistas.
A presença da sindicalista espanhola Cristina Faciaben permitiu uma leitura qualificada sobre os efeitos da chamada “contrarreforma trabalhista” espanhola, como uma referência para refletir sobre os limites e possibilidades do sindicalismo no contexto brasileiro. Esse debate foi aprofundado em artigo do presidente do SENGE-RS, que ganhou repercussão na imprensa ao analisar os desafios atuais da representação sindical.
Essas ações reforçaram uma compreensão que atravessou o ano: a defesa da Engenharia passa, necessariamente, pela defesa de condições de trabalho, organização coletiva e democracia.
A realização de eventos próprios em 2025 não teve caráter apenas formativo, mas estratégico. Ao promover seminários, rodas de conversa e encontros técnicos, o SENGE-RS criou espaços de reflexão sobre temas que já impactam — e continuarão impactando — a prática profissional.
O 28º Painéis da Engenharia, realizado no contexto da Expointer, abordou os desafios da agricultura frente às mudanças climáticas, enquanto o 29º Painéis da Engenharia trouxe para o centro do debate os impactos da inteligência artificial na Engenharia. Em ambos os casos, o foco não esteve apenas na tecnologia ou no setor, mas nas implicações técnicas, profissionais e éticas dessas transformações.
Esses eventos consolidaram o SENGE-RS como espaço de mediação entre conhecimento técnico, prática profissional e debate público.
As ações voltadas à valorização profissional em 2025 refletiram mudanças mais amplas no mercado de trabalho da Engenharia. O lançamento de novos planos de saúde em parceria com a Unimed, a ampliação de coberturas e o desenvolvimento da plataforma Conexões Engenharia responderam a um cenário de maior diversidade de trajetórias profissionais, especialmente entre engenheiros em início de carreira ou fora de vínculos tradicionais.
O lançamento do primeiro curso assíncrono do SENGE-RS, voltado à atuação como perito judicial, também sinalizou a ampliação de caminhos profissionais e a necessidade de suporte institucional para novas formas de exercício da profissão.
A presença constante do SENGE-RS em universidades ao longo de 2025 dialogou com um debate que atravessou todo o ano: o futuro da formação em Engenharia. A participação em formaturas, semanas acadêmicas e palestras em instituições como UFRGS, UFSM, UNISINOS, UNIJUÍ, UCS, ULBRA e IFRS foi acompanhada de reflexões sobre evasão, qualificação e permanência profissional.
Esse tema ganhou densidade nas comemorações dos 83 anos do Sindicato, quando o futuro da formação em Engenharia foi tratado não apenas como questão educacional, mas como desafio estratégico para o desenvolvimento do estado.
A atuação cultural e comunicacional do SENGE-RS em 2025 também dialogou com sua leitura institucional. O Prêmio SENGE-RS de Fotografia ampliou o olhar sobre a Engenharia no cotidiano, aproximando a profissão da sociedade por meio da cultura visual. As exposições e a circulação das imagens em eventos nacionais e internacionais reforçaram essa dimensão.
No campo institucional, os reconhecimentos recebidos ao longo do ano, como o destaque no prêmio Marcas de Quem Decide, o Prêmio Destaque Divulga Mútua RS e a participação em cerimônias do sistema profissional, refletiram uma atuação consistente e reconhecida publicamente.
Ao fim de 2025, o balanço das pautas acompanhadas pelo SENGE-RS indica que boa parte dos debates do ano segue aberta. Longe de se encerrar com o calendário, a agenda da Engenharia gaúcha entra em 2026 atravessada por desafios estruturais e por um contexto mais amplo de disputas políticas, institucionais e sociais, marcado por eventos de grande impacto, como as eleições gerais e a realização da Copa do Mundo.
A formação em Engenharia desponta como um dos principais pontos de atenção. A redução no ingresso em cursos, a evasão ao longo da graduação e o envelhecimento dos quadros técnicos em áreas estratégicas expõem um problema que vai além da oferta de vagas: trata-se da capacidade do estado de formar, reter e valorizar profissionais em um cenário de crescente complexidade técnica e de pressão sobre serviços públicos e privados.
No mercado de trabalho, a valorização profissional e a organização de carreiras técnicas seguem no centro do debate. As discussões sobre concursos, exigência de habilitação profissional e responsabilidade técnica indicam um ambiente em que a Engenharia continua sendo demandada como atividade essencial, ao mesmo tempo em que enfrenta limites claros de reconhecimento, estruturação de carreiras e condições de trabalho.
Outro tema que se impõe é o impacto da inovação tecnológica sobre a prática profissional. A incorporação de ferramentas digitais e de inteligência artificial já não é uma hipótese futura, mas uma realidade em curso. O debate aponta para questões que permanecem em aberto: quem responde tecnicamente, quais atribuições permanecem sob responsabilidade do engenheiro e como evitar que inovação se traduza em precarização do trabalho.
As pautas ambientais e de saneamento também permanecem no horizonte. A gestão da água, o uso do solo, o licenciamento ambiental e o planejamento urbano seguem exigindo decisões técnicas de longo prazo e participação qualificada da Engenharia em espaços de formulação de políticas públicas — debates que tendem a ganhar ainda mais visibilidade em um ano eleitoral.
Nesse contexto, a atuação institucional e sindical da Engenharia tende a assumir papel ainda mais relevante. Em 2026, além das eleições gerais, o SENGE-RS também realiza o processo eleitoral para a escolha de sua nova gestão, o que reforça a centralidade do debate sobre representação, organização coletiva e o papel das entidades na defesa da profissão e do interesse público.
Assim, 2025 se encerra menos como um ponto final e mais como um marco de consolidação de temas que devem seguir orientando a atuação da Engenharia gaúcha em um ano decisivo, atravessado por grandes eventos, disputas políticas e escolhas que terão impacto direto sobre o futuro da profissão.
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